Validade e confiabilidade da ressonância magnética para o diagnóstico da rotura do tendão do subescapular

 
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Dissertação de Mestrado

Lucas Busnardo Ramadan

Orientador: Eduardo Malavolta

Banca avaliadora: Paulo Belangero, Riccardo Gobbi e Arnaldo Amado Ferreira Neto

Resumo

INTRODUÇÃO: A acurácia da ressonância magnética (RM) para a detecção de rotura do subescapular apresenta ampla variação na literatura. Existem poucos estudos prospectivos e grande variação metodológica. Acredita-se que estas roturas sejam mais dificilmente diagnosticadas do que as posterossuperiores. O tendão do subescapular apresenta importância na biomecânica no ombro e sua rotura leva a prejuízo funcional. Uma ferramenta diagnóstica de boa acurácia e fundamental na prática clínica, influenciando o prognóstico e o planejamento cirúrgico. O objetivo deste estudo foi avaliar a validade da RM pré-operatória na identificação das roturas do subescapular, comparando os achados de imagem com os dados intra-operatórios de cirurgia artroscópica. Como objetivo secundário, avaliamos a confiabilidade do método, por meio da concordância interobservador e intraobservador.

MÉTODOS: Realizamos um estudo de acurácia diagnóstica comparando os achados da RM (teste indice) com os da artroscopia (teste de referência), em uma coorte prospectiva. Foram incluídos pacientes submetidos a artroscopia para tratamento de roturas do manguito rotador que houvessem realizado RM de alto campo magnético, sem uso de contraste. Foram excluídos casos de manipulação cirúrgica pregressa no ombro, exames com artefatos de movimentação, indicação cirurgia por via aberta e intervalo entre a RM e procedimento cirúrgico superior a um ano. As imagens foram avaliadas por um cirurgião de ombro e dois radiologistas musculoesqueléticos, de maneira independente e cegos em relação aos resultados da artroscopia, sendo reavaliadas após 3 meses pelo cirurgião. Calculamos a validade (sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia) e confiabilidade (concordância inter e intraobservador) da RM em detectar roturas do subescapular.

RESULTADOS: Avaliamos 200 ombros. A incidência de roturas do subescapular foi de 69,5% (41,5% parciais e 28,0% transfixantes). O cirurgião de ombro apresentou sensibilidade de 51,1 a 59,0% e especificidade de 91,7% a 94,4%. Os radiologistas, 83,5 a 87,1% de sensibilidade e 41 a 45,9% de especificidade. A acurácia variou de 60,5 a 73,0%. Os valores médios de sensibilidade, especificidade e acurácia foram 70,2%, 61,9% e 67,6%, respectivamente. A concordâ ncia interobservador foi moderada para a detecç ão de roturas do subescapular (coeficiente kappa 0,463, IC 95% 0,383- 0,534, p<0,001), data-preserve-html-node="true" assim como a intraobservador (coeficiente kappa 0,546, IC 95% 0,430-0,662, p<0,001). data-preserve-html-node="true" Os pacientes com rotura do subescapular apresentaram maior incidência de rotura e instabilidade do biceps, maior degeneração gordurosa do subescapular e média de idade superior. As demais variáveis não apresentaram diferenças estatisticamente significantes.

CONCLUSÃO: A RM de alto campo magnético sem contraste apresentou valores médios de sensibilidade, especificidade e acurácia de 70,2%, 61,9% e 67,6%, respectivamente. A sensibilidade foi superior nos radiologistas enquanto a especificidade no cirurgião de ombro. A concordância interobservador e intraobservador foi moderada.

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