Estudo comparativo entre a haste intramedular bloqueada e a placa em ponte no tratamento cirúrgico das fraturas da diáfise do úmero
Tese de Doutorado
Eduardo Benegas
Orientador: Rames Mattar Junior
Resumo
INTRODUÇAO: O objetivo deste estudo é o de comparar os resultados clínicos e radiográficos do tratamento cirúrgico das fraturas da diáfise do úmero com haste intramedular bloqueada ou placa em ponte.
MÉTODOS: Quarenta fraturas da diáfise do úmero, em 39 pacientes, dos tipos A, B ou C da classificação do grupo A.O., foram tratadas no período compreendido entre junho de 2003 e dezembro de 2007. Destas, após seleção por sorteio, 21 fraturas foram submetidas à osteossíntese com placas em ponte de 4,5 mm e parafusos (grupo PP) e 19 com hastes intramedulares bloqueadas não fresadas (grupo HIB). Duas eram fraturas expostas, uma do tipo II e outra do tipo III-a de Gustilo.
RESULTADOS: Vinte e cinco pacientes eram do sexo masculino (64%) e a idade variou de 19 a 75 anos (idade média de 41 anos e 10 meses). O lado direito foi acometido em 22 pacientes (55%) e a queda, o mecanismo de trauma mais freqüente (46%). O tempo mínimo de seguimento foi de seis meses e o máximo de 60 meses para o grupo PP (M=34,5 meses) e de oito e 58 meses (M=27meses) para o grupo HIB. Em apenas um caso, operado com haste intramedular bloqueada, não houve a consolidação. Houve um caso de infecção profunda no grupo PP e um de infecção superficial no grupo HIB. Dois casos do grupo PP evoluíram com capsulite adesiva e, em apenas um dos casos do grupo HIB, o parafuso distal ficou saliente. Ocorreu neuropraxia do nervo cutâneo lateral do antebraço em um dos casos do grupo HIB que regrediu em três dias. Não houve diferença entre os grupos com relação ao tempo total da cirurgia. O tempo de utilização da radioscopia no ato operatório foi maior no grupo HIB. Houve semelhança entre os dois métodos de fixação nos resultados referentes à dor, à função, à flexão ativa e à força de flexão na articulação do ombro e também com relação à dor, mobilidade, força muscular e estabilidade na articulação do cotovelo. Segundo os critérios da UCLA para o ombro, obtivemos resultados excelentes e bons em 85,7% no grupo operado com placa em ponte e 79% no grupo com haste intramedular bloqueada e de acordo com os critérios de Broberg e Morrey para o cotovelo, obtivemos resultados excelentes e bons em 85,7% no grupo operado com placa em ponte e 90,5% no grupo com haste intramedular bloqueada. Na avaliação subjetiva, duas pacientes, uma do grupo HIB e outra do PP, não ficaram satisfeitas.
CONCLUSÃO: Não houve diferença no resultado clínico e radiográfico entre os dois métodos.